por Carol Ojeda*

​​Quando falamos da importância do processo de autoconhecimento para a descoberta de nossa Identidade e Vocação em Cristo, fazemos uso de várias ferramentas que nos levam para o mais profundo do nosso ser, e passamos a ter consciência de quem somos, para o que fomos criados, e como ativaremos o  Projeto Original, como eu gosto de chamar.

Faz parte desse Inventário descobrir as Fendas da Alma, que geram vazamentos de emoções, pensamentos, ações e tendem a nos afastar da jornada rumo à imagem de Cristo em nós.

Ao olharmos para a Bíblia, vemos que tanto o povo de Israel quanto a Igreja de Cristo se depararam com essas fendas, usadas pelo inimigo para nos aprisionar e nos fazer acreditar que somos derrotados e fracos. O próprio Senhor Jesus foi tentado a abrir essas fendas dentro de si e desviar-se dos propósitos de Deus. 

​O Evangelho de Lucas nos conta sobre o momento em que Cristo, depois de ser batizado e antes de iniciar seu ministério,  foi levado pelo Espírito Santo a passar pelo deserto e por tentações. Ele precisava experimentar tudo aquilo que acomete e desestrutura a mente e o coração do ser humano. 
 
O inimigo começa levantando dúvidas acerca da identidade de Jesus, declarada em alta voz pelo próprio Deus :  Filho amado, em quem ele, o Pai, se alegra. A partir disso, vemos o inimigo de Deus (conhecido como Acusador) buscando provocar o surgimento e a eventual ruptura de fendas da alma em Jesus.

Com a primeira tentação, ele tenta abrir a fenda do Apetite, desafiando Jesus a  ser o próprio provedor das suas necessidades. Essa fenda é atiçada  pelo sentimento de medo e ameaça de passarmos privações, como se não pudéssemos contar com o nosso Deus que é Pai zeloso e atento, capaz  de cuidar de cada um de nós.
 
Na segunda tentação, o acusador tenta abrir a fenda da Ambição na alma de Jesus, desafiando-o a usar atalhos (que lhe traziam vantagem) para obter poder e autoridade. Essa fenda é atiçada em nós pelo sentimento de culpa por nunca fazermos o suficiente para nos tornarmos os vitoriosos e mais destacados dentre todos, e assim recebermos atenção e admiração das pessoas.   Ao fazermos uso de pequenos atalhos para levar vantagem, vamos abrindo cada vez mais essa fenda e nos escravizando a ídolos culturais. Por isso, Jesus repreende o acusador dizendo que somente Deus é digno de adoração, e o plano dele (mesmo que implique em cruz) é o melhor. 
 
Chegamos à terceira tentação, que tenta abrir a fenda da Aprovação na alma do Senhor Jesus. Essa fenda é despertada  pelo sentimento de vergonha e a busca por ser aceito a qualquer custo, abrindo mão dos princípios e do plano perfeito de Deus para nós. Jesus chama isso de “colocar Deus à prova" (não esperando por Ele e não confiando em Sua Palavra)
 
Com essa afirmação, encerra-se o período de Jesus no deserto. Lucas 4:14 mostra que “Jesus, cheio do poder do Espírito, voltou para a Galiléia.”, dando início ao seu ministério, ou seja, além de experimentar as tentações e não abrir tais fendas, ele venceu cada uma delas na cruz!

* Carol Ojeda participou do programa de Mentoria Younique Brasil numas das primeiras turmas, e está em processo de certificação para se tornar Mentora do Programa. Meticulosa, carinhosa, asseguradora, apoiadora leal, uma amiga para toda a vida!

Texto de Cíntia Levy*

O programa de Mentoria Younique, dentro de seu objetivo maior de equipar cristãos para causarem um impacto no Reino, primeiramente propicia aos seus participantes uma viagem para dentro de si mesmos. Isso acontece através de várias etapas e ferramentas e uma delas é o teste de personalidade conhecido como ENEAGRAMA. Logo, duas perguntas costumam surgir:

​Resumidamente, o eneagrama, é um mapa que nos direciona aos vários tipos de personalidade e comportamentos, a fim de delineá-los para nos trazer auto-consciência. É um instrumento capaz de mostrar nossas virtudes, clarificar nossas fraquezas e nos guiar na jornada de desenvolvimento e crescimento como um ser humano melhor.

Em nossos primeiros anos de idade, as pessoas e o ambiente que nos circundam fazem-nos construir esquemas de pensamentos, comportamentos e sentimentos que acabam por formar quem somos, como vemos o mundo e reagimos as circunstâncias ao nosso redor. Conforme tomamos consciência e perdemos a “inocência”, nosso ego/personalidade é formado. Só que o ego constrói uma realidade holográfica que é diferente da verdade, mas é nela que acreditamos e que define nossos comportamentos. Nossa personalidade nos defende e nos protege e, ao mesmo tempo, gera sofrimento pelo distanciamento do nosso verdadeiro eu.

Alguns comportamentos acionados por motivações até então inconscientes, podem nos manter anestesiados e imersos na escuridão, distantes de viver a vida plena que Cristo conquistou para nós. Por isso, acredito eu, muitos cristãos vivem com uma sensação de girar em círculos. Não estamos acostumados a olhar de fora para dentro a fim de perceber nossos vícios emocionais e estratégias de sobrevivência. O eneagrama nos ajuda neste processo.

Um exemplo claro disso: certo dia, deparei-me aconselhando uma amiga da igreja, que conheço ha muitos anos, sobre os mesmos problemas ja conversados inúmeras vezes. As mesmas reclamações e descontentamentos sobre seu casamento, trabalho e filhos. Não havia mais o que falar, a não ser repetir os mesmos conselhos que, teimosamente, ela parecia não ser capaz de colocar em prática. Havia uma completa cegueira quanto ao seu comportamento e reação diante das diversas situações que traziam tanto desconforto.

Incomodada, passei a questionar interiormente, por que a vida plena prometida por Jesus para aqueles que o seguem, parece não se cumprir na vida de tantas pessoas que insistem em patinar sem sair do lugar. Conclui que essa busca externa por abundância é apenas uma distração em meio a ajustes internos que são prioritários, mas que, muitas vezes, são negligenciados. Muitos de nós permanecemos aprisionados em nossos labirintos “egóicos”.

Em seu livro “A dimensão Espiritual do Eneagrama”, Sandra Maitre conclui: "Cumprir a obra espiritual sem trabalhar a personalidade é um processo incompleto pois certas questões profundas ficam sem resolução e aí a espiritualidade não chega a ser plenamente integrada." A questão é que elevar intensamente a consciência pode ser uma experiência que traz alivio, por vermos revelado o que estava oculto, contudo, podemos também sentirmo-nos profundamente abalados.

Dessa forma, assimilar esta auto descoberta no ambiente seguro da mentoria Younique, testemunhando a obra de Deus na vida de outras pessoas tão indignas e imperfeitas quanto você, é uma experiencia transformadora.

Texto de Inaiá Barbosa*

Foto de Robert Collins

Inaiá Barbosa Serva de Deus, esposa do Thimoteo, mãe do Habacuque, do Miquéias e da Hadassa. Tem o chamado para o Desenvolvimento Frutífero, e está se certificando como nova mentora do Programa YOUNIQUE BRASIL.